Lendo a reportagem especial (Educação da Veja), concordei. Os pais não sabem o que estão ensinando a seus filhos.
Por isso temos um sistema educacional medíocre. Ninguém avalia o sistema. Quando os alunos tiram notas ruins, os pais correm para as escolas que produziram boas notas em exames que não medem o nível de desenvolvimento e, sim, a quantidade de conhecimentos ultrapassados retidos pelos alunos. Vamos testar se depois de um ano estes mesmos alunos que tiraram boas notas: podem repetir o mesmo feito? Não, de acordo com a pesquisa realizada no estado do Rio de Janeiro por uma professora da UFRJ publicada na época na própria revista Veja, o que se conclui? Os jovens apenas decoraram aqueles conhecimentos, pois quando aprendemos não tem esquecimento.
Não analisamos a mediocridade do sistema porque os pais estão satisfeitos com o resultado obtido, mesmo que não tenhamos cientistas e o problema da empregabilidade, no futuro próximo, não seja discutido. Será que nossos dirigentes não estão sentindo a pressão da China, Índia, etc. que vão colocar milhões de profissionais bem mais formados do que os nossos no mercado de trabalho? Temos que correr contra o tempo para preparar os jovens. As escolas brasileiras são arcaicas. Preparam os jovens para o século XIX e já estamos no século XXI. Precisamos prever as mudanças estruturais que vão ocorrer.
A terrível constatação de que os professores consideram-se preparados para a tarefa de ensinar tornam as coisas mais difíceis, pois como preparar um grande programa de treinamento para quem acha que não precisa? Incutir ideologias anacrônicas e preconceitos esquerdistas nos alunos é a tarefa mais exercida por professores em linha geral.
A escola, pela constituição, é laica. Logo devemos apresentar conceitos neutros e deixar que as crianças e adolescentes pensem sobre os fatos (fazer perguntas e questionar os conhecimentos).
Por que adotar em sala de aula um único livro didático? São 25 alunos, vamos adotar 10 livros diferentes e ver o que cada um diz sobre o assunto que está sendo tratado. As opiniões divergentes ajudam os alunos a pensar. A ciência deve prevalecer e não a ideologia.
Existe um estereótipo sobre o que é formar o cidadão. Para Piaget (epistemólogo suíço – que estudou durante mais de 50 anos o desenvolvimento da criança/adolescente) é trabalhar o desenvolvimento da moral (ver “O julgamento Moral na Criança” – J. Piaget e o artigo “A Moral como Obstáculo para a Aprendizagem Sistemática” – Jaqueline Andréa Glaser e Johnny Guedes de Lima Favre – Revista ABPp).
Os pais não sabem realmente o que seus filhos estão estudando e aguardam o vestibular e o ENEM para dizerem que tudo está OK, mesmo que esses exames não representem desenvolvimento ou a empregabilidade de seus filhos. Não querem participar. Estão muito preocupados com seus empregos e empresas e não têm tempo para o fato mais importante da vida de seus filhos, que é a formação que indicará os homens do futuro.
Vamos entrar nas escolas, senhores pais! Vamos ler o que seus filhos lêem. Vamos ver onde estão indo? Que passeios estão fazendo? Quais são os seus divertimentos favoritos? Será que gostam de estar na escola? Sentem saudades nas férias? Por quê?
As reuniões de pais, nas escolas, são apenas para os pais saberem as notas de seus filhos? Será que os pais confiando tanto nas grandes escolas acham que não podem contribuir? E as opiniões que eles não concordam, como vão saber? Peguem os livros de seus filhos – olhem, leiam, pergunte se eles gostam? Usam?
A escola é o último reduto a mudar em uma sociedade. Por que será? É o local onde não existe preocupação por parte dos que usam. O professor Lauro de Oliveira Lima diz em um de seus livros “é o único serviço que é pago, mas o cliente não quer levar a compra”. Logo, pode ser desatualizado e ruim. Ainda temos professores dando aulas falando, ditando e escrevendo em quadros em pleno século XXI...
2 comentários:
Beta fiquei muito feliz quando vi o blog na internet. Vou ler com mais calma pq hoje tenho um monte de coisas para fazer. Parabéns!!!!!! Vai querer a tradução? Estou disposta a traduzir, se você quiser e vai ser ser bom para meu currículo
Abs,
Ana Tappin
BETA, fiquei contente com mais essa novidade : seu blog. Terminei de ler um livro do CELSO ANTUNES, em que ele cita por duas vezes o professor LAURO. Aproveitei e levantei a questão do livro (indisciplina em sala de aula ) com meus professores e fiz questão de dizer que trabalhei com o professor LAURO. Um forte abraço MARIA LUIZA NOLASCO.
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