segunda-feira, 2 de maio de 2011

Super-Homem fará escala no Brasil?


“Esperando o Super-Homem, documentário produzido por Bill Gates sobre o ensino público americano vem novamente aparecendo na mídia por ter sido demolidor para o sistema de ensino público americano. Já tinha escrito sobre esse filme aqui no blog, e fico me perguntando se, fazendo um filme correlato no Brasil, o que aconteceria com o nosso sistema de ensino?
No documentário de Bill Gates, o educador Geoffrey Canada mostra usa experiência na área e faz propostas para a mudança na maneira como os americanos devem preparar suas futuras gerações em termos de ensino. Sua proposta de trabalho já atinge 10 mil estudantes em uma área permeada de conflitos, em Nova York. Ele aponta como grande problema o trabalho do mal professor, acusando-o de ser o grande responsável pelo fracasso dos alunos – da mesma forma acontece entre nós, brasileiros, mas ninguém ainda se deu conta disso. O formidável no discurso de Canada, é que ele tem a coragem de falar dos professores nos USA, onde os sindicatos são os grandes patrocinadores de campanhas eleitorais, assumindo todos os riscos inerentes. E mais ainda, age de maneira positiva, responsabilizando individualmente aqueles que não têm compromisso com sua atividade profissional e retirando-os de sala de aula através de novos procedimentos administrativos. Ele rompe aquela situação morna de saber dos fatos e não agir. Ter produzir estatísticas que não levam a nada.
O fato é que ele está revendo as políticas públicas para mudar o curso das coisas, tendo idéias inovadoras que estão revolucionando o sistema de ensino público americano. Como se diz freqüentemente nos dias de hoje, está mudando o paradigma da educação pública americana.
Os caminhos convencionais não estão se apresentando como solução para os problemas que surgem a toda hora nesse campo, e sua aplicação tem-se mostrado lenta e ineficiente. O mundo vem buscando alternativas, exatamente porque o que se convencionou chamar de Educação não está atendendo ao que hoje se apresenta como mercado.  Nós, aqui no Brasil, poderíamos sair cantando pneu, até porque estamos na estaca zero em termos educacionais. Poderíamos fazer algo inusitado e sair bem na frente dos países que, antes de criar alguma novidade, estão tentando consertar o que não está dando certo. Seria uma vantagem competitiva formidável essa.
O nosso grande problema é essa mania de produzirmos propagandas elaboradas, com números impressivos, para tapar o sol com a peneira. Provavelmente, as camadas mais pobres da população acredita nisso, porque sua realidade é de tal forma difícil que, tendo algum lugar para levar seus filhos, onde eles sejam alimentados  e estejam seguros no horário em que os pais estão trabalhando, já é uma benção. Mas isso vai formar os profissionais do futuro? Claro que não. No nosso sistema educacional, o que é considerado muito bom ainda é muito ruim...
Quando notou-se que a escola tinha um alto índice de repetência, criou-se a aprovação automática. Alunos não querem assistir aulas e por isso adoram os professores que não querem dar aulas. Mesmo quando alguns professores dão aulas, não tem domínio sobre seus alunos. Ninguém se pergunta como é que um profissional de ensino pode dar aula numa turma com 40 ou 50 alunos, de idades variadas e em vários estágios de desenvolvimento mental...?
Fica difícil...

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