terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O pouco tempo de ser criança

As crianças devem ser protegidas como um ser em desenvolvimento. Proteger não é fazer coisas para elas, principalmente coisas que elas já sabem fazer. A proteção de que falamos e sociológica.
As crianças não deveriam ser expostas à mídia ou tratadas como animais de circo. Engraçado que os animais estão proibidos nos circos, pois ficam ridículos fazendo acrobacias em situações não convencionais e para o qual não foram criados, mas as crianças, ninguém protege. Elas fazem anúncios, dizem frases que não são delas, aparecem em situações ridículas (quedas, mergulhos, vídeo-cacetada, etc. ). Até as vestimentas deveriam ser avaliadas. Criança tem que se vestir como criança, comer como criança, brincar brincadeiras de criança e serem atendidas de acordo com sua faixa etária. Em nossa sociedade chegamos ao cúmulo de explorar o trabalho infantil. A infância é um período da vida do ser humano que deve ser dedicado a brincar, jogar. Todas as tarefas devem tomar como base as brincadeiras.
Não podemos esquecer que quanto mais evoluída a sociedade mais prolongada deve ser a infância. Acredito que temos que analisar o modelo de  televisão que estão fazendo para as crianças, os filmes, teatros e todos os programas destinados a esse público que ainda não pode discernir o certo e errado. Devem os pais e responsáveis ficar vendo com seus filhos este material que corre solto expondo nossos filhos à programação adulta travestida de infantil. Quantos são os desenhos animados feitos realmente para as crianças? Todos trazem mensagens embutidas que servem efetivamente para os adultos. Não temos mais os filmes com intuito apenas de divertir as crianças. Trazem sempre mensagens fechadas e às vezes, até ameaças veladas. Todos explorando a ingenuidade das crianças.
Para as famílias a corrida é enorme para que seus filhos fiquem logo adultos. Eu pergunto: para que? Tem alguma expectativa nesta aceleração? A infância é breve e, se vivida com plenitude, gera um adulto seguro e feliz. Muitos dos problemas futuros não iram aparecer se a criança tiver tido realmente uma infância. Piaget mostra que as crianças fazem uma coisa chamada de “Jogo de Liquidação”, que é uma dramatização dos “problemas” que poderiam a vir se fixar em seus comportamentos. Se a criança não brinca, não liquida as coisas que não consegue resolver.
E brincar não é jogar vídeogame o dia todo, ver TV  ou ficar ao lado dos adultos. É ter brinquedos como casinha, carrinhos, bonecos, fantasias e principalmente companheiros. Diz Piaget que o melhor brinquedo para uma criança é outra criança.
A escola deve ser o refúgio das crianças, daí a importância fundamental dela gostar de estar lá. As crianças devem estar o maior tempo possível nas escolas. Lá elas tem companheiros de brinquedo e estão guiadas por especialistas para promoverem seu desenvolvimento. As famílias modernas estão muito ocupadas em promover o acumulo de capital através do trabalho que desenvolvem e por isso devem estar com as crianças no momento de dedicação real. O problema é não a quantidade de tempo a elas dedicada mais sim a qualidade. Brincar com as crianças é muito importante, mas deve ser sério e honesto. As crianças sabem quando estão sendo passadas para trás ou quando está sendo cedida a vitoria nas brincadeiras. Elas levam as brincadeiras a sério. Brincar é o trabalho das crianças.
Devemos deixar as crianças longes também da política já que são movimentos sociológicos que elas ainda não entendem e não estão inseridas. Todo movimento infantil e psicológico, só vai chegar a sociologia nas proximidades da adolescência. Veja o caso da Moral.  Eles chegam até a moral do dever (“dente por dente olho por olho”), não cedem aos outros a vez e quando é solicitado ficam parecendo adultos em miniatura. Temos que ter paciência e levar as crianças a se desenvolverem. Cada estádio de desenvolvimento precisa ser devidamente explorado e ampliado para que o seguinte tenha apoio.
A escola, então, durante toda a infância, deve ter o cunho totalmente lúdico para acompanhar o pensamento infantil. Todas as atividades como diz Lauro de Oliveira Lima devem ser JOGOS

Beta

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