quarta-feira, 2 de março de 2011

Escola: Reprodução ou Transformação

    O que se vê atualmente quando avaliamos a maioria das escolas? Reprodução de um modelo... e um modelo bem antigo. A escola parou de evoluir a mais de um século, e poucos se perguntam por que. Mas é bem provável que tenha deixado de se atualizar pela pouca importância que damos a ela - todos nós, pais, mestres, políticos, etc. Para os políticos, quantidade é o que importa, porque proporciona inaugurações em série durante um mandato. O que acontece dentro dessas estruturas prediais … pouco importa. Afinal, o que a população quer é mais escola, não mais qualidade na Educação.
     E para os pais? O que importa é que seus filhos estejam “dentro” daquelas escolas. Novamente, o que acontece ali também não importa muito, desde que não seja uma coisa muito, mas muito grave mesmo.
    Para os professores? Bem, esses tem que fazer alguma coisa ali dentro, e não recebem os meios ou as condições para isso na maioria das vezes. Os mais devotados arranjam uma maneira de cumprir seu papel. Os mais cínicos, passam o tempo ali dentro. Os desonestos arranjam uma doença funcional (verdadeeira ou não) e pegam uma licença para ficar longe daquele “inferno”. Ganhando, naturalmente.
    E adianta todo esse circo? Para as criancinhas, que se deslocam na madrugada de tão longe para escolas tão ruins … só se pode prever que nada acontecerá, e que suas vidas não serão em nada diferente da de seus pais - quando muito, porque pode ficar bem pior.
    Enquanto isso, alegria: uma nova escola vai ser inaugurada aqui perto! Puxa, que bom!
    Isso é de uma pobreza política enorme. O que a gente normalmente enxerga é quando a “pobreza econômica” se manifesta, porque ela é concreta, atinge de maneira dolorida e rápida todos nós. Mas o maior problema é a pobreza política, no meu entender, até porque ela é silenciosa, invisível de imediato. Nela é que vemos as pessoas se contentando com esmolas que recebem de governantes, como se as mesmas fossem soluções definitivas. E no nordeste do Brasil existe um ditado que diz: receber esmola “ou mata de vergonha ou vicia o cidadão”. É um fato.
    E é fato que determinadas ações governamentais deveriam ser tão somente paliativas, como é o caso das frentes de trabalho. Acontece a ação emergencial, mas em algum momento o cidadão volta a ter uma vida digna para poder se manter e a sua família. No entanto, quando vivemos de “bolsas”, a coisa tende a ficar acomodada na esmola mesmo. É fácil, é simples, resolve … ou não. Mas está acontecendo alguma coisa … qualquer coisa. Se mantivermos essa situação, vamos acabar viciando a população, e vício, como se sabe, é difícil de tirar depois....
    Então não adianta ficar fazendo de conta, abrindo escola, dando bolsa escola, bolsa educação ou que quer que seja. É preciso dar EDUCAÇÃO de verdade. A escola deveria ter, sim, um papel transformador, educando o povo para estar alinhado com o seu tempo e em condições de avançar sempre. Ainda dá tempo para isso.
    Podemos todos reduzir a pobreza política de nossa população. E precisamos demais disso, nesse momento da história de nosso país e do mundo

Um comentário:

Anônimo disse...

Teste