quarta-feira, 22 de setembro de 2010
A Reinvenção do Professor (o Método Psicogenético)
O que tem que mudar radicalmente na educação é a função do professor.
Ele passa de agente para orientador da aprendizagem. Como isso é possível? Só com uma metodologia diferenciada, onde ele não tenha que despejar sobre os alunos uma quantidade enorme de conteúdos desnecessários e ultrapassados.
O professor, no método psicogenético, é um desafiador, e por isso deve entrar na sala de aula com uma série de situações-problema para propor aos alunos como desafios a aprendizagem. Esta é uma metodologia onde o professor não tem necessidade do quadro verde. São os alunos que fazem a aula. Vale salientar o slogan do Prof. Lauro “O PROFESSOR NAO ENSINA AJUDA O ALUNO A APRENDER’”. Este novo professor é um estudioso da ficção cientifica, que tem muito cuidado em conhecer o novo e não está voltado para o passado, já que ele sabe que seus alunos viverão no futuro.
Nenhum aluno hoje, nem os que já estão entrando no ensino médio, vai estar no sistema de produção antes de 5 a 10 anos mais ou menos. O Planejamento, nesta nova metodologia, é fundamental para ordenar e seqüenciar a aprendizagem que vai ser proposta. O professor não pode entrar em sala de aula sem saber, rigorosamente, o que vai propor a seus alunos e não pode sair sem avaliar o que foi executado. O grande conhecimento que o professor não pode deixar de ter é dos níveis de desenvolvimento infantil (descobertos por Piaget – desde 1929) sem os quais ele não poderá propor as tarefas. A coisa mais importante destas tarefas é a graduação (sequência). Compare a seqüência a uma escada, onde você não pode subir para o 5º. degrau sem antes ter passado pelo 3º. E assim por diante. A graduação do conhecimento é o fator mais importante e Piaget vai ser a bússola para seguir por este caminho, orientando, com suas provas, o que a criança já pode entender em cada fase do seu desenvolvimento.
Os agrupamentos devem ser feitos baseados não simplesmente na idade cronológica ou no ano escolar que a criança está, mas no seu nível de desenvolvimento.
Este professor vai ter que entender que é o agente, e que seu aluno é o sujeito da aprendizagem. Se o aluno não aprendeu, o professor não ensinou. Quem fala são os alunos, pois as tarefas devem ser todas propostas em Dinâmica de Grupo. Toda a turma deverá estar organizada em pequenos grupos de 3 até 5 alunos, devendo sempre estar em número ímpar para evitar a formação de pares que podem virar quistos. O elemento ímpar promoverá o desequilíbrio necessário às discussões. No final de cada aula, os alunos devem realizar um relatório, para que o professor tenha condições de avaliar o conhecimento que foi apreendido pelos grupos.
O professor piagetiano tem que seguir algumas regras determinantes para seu comportamento em sala de aula e com o grupo de professores. Algumas regras gerais:
Os dez mandamentos de um professor piagetiano.
1. Não ensine: provoque a atividade da criança (algo parecido com a brincadeira tradicional de “adivinhação”.
2. Leve os alunos discutirem entre si a situação proposta e respeite suas conclusões, mesmo que “erradas” (a solução dada pelo aluno corresponde ao seu nível mental)
3. Não trabalhe na base da linguagem (sendo um produto social assimilado por imitação, a linguagem nada diz sobre o verdadeiro nível de desenvolvimento do aluno.
4. Não prestigie a memorização: o melhor resultado é o que demonstrar capacidade de inventar e descobrir (mesmo que, do ponto de vista do professor, a solução seja errada).
5. Comporte-se como técnico do time de futebol: estimule , sugira, critique, mas não jogue (o jogo é dos alunos).
6. Use como “material” o que existir no mundo da criança (seja ela de uma favela ou de um bairro grã fino).
7. Sempre que a criança superar um patamar (uma dificuldade), complexifique a situação (sem isto a criança se “especializa” na solução obtida).
8. Na alfabetização utilize as marcas e os logotipos que estão espalhados pela cidade e são utilizados no dia-a-dia da família (não se prenda as cartilhas).
9. Organizar as crianças em grupo (pode-se até tomar como modelo inicial o escotismo), deixando que elas criem as regras de convivência (educação moral e cívica é democracia).
10. Leve os alunos a compreenderem o que fizeram (“tomada de consciência”), quer a atividade seja motora, verbal ou mental, incluindo aí os atritos surgidos entre as crianças.
LIMA. Lauro O. Temas Piagetianos. P. 70
Beta
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Um comentário:
Amei este artigo! copiei e vou colar na contra capa do caderno...todos os professores deveriam fazer a mesma coisa.Esta é a nossa escola...
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