quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Elementar meu caro “Watson”

Você pode achar que estou falando do assistente do Sherlock Holmes, mas na verdade a conversa é sobre esse mais novo supercomputador da IBM, que acaba de ganhar, nos Estados Unidos, de dois candidatos humanos num programa tipo perguntas x respostas. E oha que os humanos ja tinham ganho várias vezes - na verdade 74 vezes seguidas!. Que coisa né!? Mas isso não surpreende mais ninguém. O que eu não entendo é porque ninguém fica surpreso quando vai a uma escola e vê que estão ENSINANDO COISAS a seus filhos. Coisas mesmo!!!

Já devia estar claro que não adianta fazer isso. Enfiar uma quantidade enorme de informações na cabeça de alguém não a torna mais inteligente. E se inteligência fosse acúmulo de informações … os computadores já teriam dominado o mundo, como nos filmes de ficção científica. Estamos falando hoje de armazenamente de terabytes como se fosse batata frita. Outro dia mesmo, num supermercado, vi um garoto discutindo com o pai que queria comprar um computador com 500 GB (Gigabytes) de HD … o menino insistia que menos de 1 TB (Terabyte) era muito pouco. Pouco para quê!!! Mas para a geração que está assumindo a vida digital na sua plenitude, deve ser pouco mesmo, até porque vão utilizar as informações de maneira totalmente diferente do que foi feito até aqui.

Supercomputadores vão “saber” sempre mais do que nós, porque podem armazenar dados em volumes cada vez maiores, mas sempre vão estar aquém de uma coisa que só nós temos: inteligência! Não há hardware nem software que consiga entender uma ironia, ou mesmo as entrelinhas de um diálogo...  No entanto, tem “conteúdos” em doses homéricas para processar … desde que não como nós. E nós, que temos a inteligência, certamente não precisamos armazenar todas as informações do mundo. Precisamos sim é saber o que fazer a partir das informações que dispomos.

Numa competição como a que foi proposta, o supercomputador pode até ficar confuso algumas vezes, errar em algum caso, mas o número de acertos é tão grande que certamente será sempre o vencedor. Mas … não queremos ver nossos filhos com essa capacidade e sim com condições plenas de viver num mundo em transformação, moralmente desenvolvidos, socialmente viáveis e até tecnologicamente capacitados a operar um supercomputador, extraindo deles as informações que precisa. Só não queremos filhos supercomputadores.

Esse é o momento em que devemos entender o que é conhecimento, criatividade e educação. É a hora de estabelecermos qual a melhor escola para a criança. Um local que pretenda forçar a entrada de milhares de bytes de informação na cabeça das crianças não está trabalhando para uma sociedade melhor. Conteúdo não é inteligência. É só conteúdo. E ponto.

A existência de tal tecnologia de armazenamento e processamento, como a apresentada pelo Watson nos leva a ter certeza de que mais do que nunca, os seres humanos vão precisar muito uns dos outros, para criarem um mundo melhor apoiados por processadores sim, mas não fazendo o papel deles.

Beta

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