segunda-feira, 2 de julho de 2012

"quiridinho di mamã !!!!


“Quem é o queridinho da mamãe?”... “quem é o queridinho do papai?” 


   É interessante como os pais tem o hábito de dizer que amam todos os filhos igualmente, e sempre se perguntam por que eles acham que isso não é verdade. Em qualquer família que você entreviste e que tenha mais de um filho, haverá sempre um deles que dirá “mamãe gosta mais de fulano!”. Ou coisa parecida. Será isso uma verdade ou apenas um cacoete? Quando as crianças falam, refletem o que estão sentindo, ou seja, a diferença de afeto. Para os pais, fica a lembrança de que, ao invés de simplesmente negar, é melhor reavaliar o que está acontecendo dentro da família.
Na realidade, ninguém consegue manter um padrão de igualdade quando o que está em jogo é a afetividade. Não é um padrão matemático e temos que admitir isso e tentar ver os fatores que implicam nessa ou naquela preferência. E para começar, é preciso acreditar que um filho é totalmente diferente do outro em muitos aspectos. Há também o fator da ordem de chegada dos filhos, o último sempre tendo que se incorporar a família que já tem uma composição montada pela presença dos demais irmãos. Assim, todos os filhos são diferentes ainda que provenham do mesmo pai e mãe. E ainda temos aqueles casos em que são mesclados os filhos de dois casamentos, por exemplo.
E se não bastassem as diferenças físicas, ainda existem as diferenças de personalidade. Mas, independente de como sejam as coisas, diga sempre que ama apenas aquilo que você realmente ama. Crianças notam as diferenças e, quando você diz que elas não existem, fica desacreditado. As crianças sabem a verdade, e os adultos é que teimam em achar que elas são bobas.
Características de “temperamento” dependem das interações, da maneira como os pais agem sobre as crianças, como por exemplo, no caso do primeiro filho, às vezes muito aguardado, e que acaba sofrendo uma pressão enorme da parte dos pais ou mesmo de toda a família. A mãe, por exemplo, pode se dedicar intensamente em cuidar dele e acaba não deixando que ninguém se aproxime. No segundo filho, a família está mais relaxada e sabe que a criança “sobreviverá” mesmo que a mãe ou avó não estejam olhando para ela o dia inteiro, todas as horas do dia. Essa criança certamente já será diferente da mais velha já que está mais livre. E assim por diante.
Roupas e brinquedos, tudo pode ser aproveitado pelos irmãos mais novos, na medida em que vão chegando. Você pode pensar “nada disso faz com que eu goste mais de um do que dos outros”, mas se parar para pensar vai saber do que estou falando.
Você pode ter preferências sem negligenciar nenhum filho. Fica bem mais simples quando a família é bem grande. Se forem dois filhos, tudo é muito polarizado e a todo o momento pende para um lado ou para o outro. Não tente ser rigorosamente igualitário pensando que tudo que você dá a um filho, também dá a outro. Ora, você pode estar dando igualitariamente, mas cada um recebe de forma diferente. Por isso, dê a cada criança coisas de acordo com suas necessidades, porque com isso ela vai aprendendo que tudo pode ser diferente, mais igual.  Pense sempre na qualidade do amor e não na quantidade. Veja cada um de seus filhos como um ser totalmente individual e único. Nunca tente que ele fique parecido com alguém da família, seja positivo ou negativo. Deixe que ele crie suas referências.
Não amamos mais um filho do que outro, mas amamos de forma diferenciada. Isso é uma verdade, e assim é que deve acontecer. Dizer que é tudo igual, poderá ser um desastre na criação das crianças. Se eles são diferentes, devem receber amor e afeto de forma diferenciada também.
Paradoxalmente, é a diferença que vai realmente fazer com que eles se sintam amados e que esse amor é verdadeiro e sem culpas. Faça tudo diferente entre seus filhos. Presentes, conversas, quartos. Quando você faz tudo igual, eles não se sentem especiais.
O jargão dos psicólogos fala que “devemos fazer tudo igual para nossos filhos”, mas eu não acredito nisso. O desenvolvimento cognitivo e afetivo é diferenciado em todas as crianças e por mais estranho que pareça eu estar dizendo isso... Faça diferente para cada um deles.

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