Lendo a revista Época (edição especial) me deparei com uma matéria sobre as tendências do trabalho para a próxima década.
Diz a reportagem que a tecnologia é a principal responsável por mudanças no mundo do trabalho. Não só ela, mas o próprio desenvolvimento do homem que, na era do conhecimento, vai ser exigido para trabalhos diferenciados. É importante lembrar que os conhecimentos se ampliaram tanto que ninguém pode mais acumular todos sózinho, surgindo assim os super-especialistas e com isso a necessidade total do trabalho em grupo ou equipes, que podem ser de uma mesma especialidade ou multidisciplinares para opinarem em vários setores. Mesmo sem conhecimento especifico as trocas serão necessárias para a organização do trabalho.
A tecnologia não vem facilitando tanto quanto era mostrado nos livros de ficção do século passado, na medida em que ela também provoca um controle muito grande sobre a produção do individuo. Não é porque o funcionário tem horário flexível que vai poder ter um rendimento sem controle, ao contrário, terá que bater metas e terá tarefas muito bem planejadas para compor com seu grupo de trabalho. Um dos membros falhando, em Dinâmica de Grupo, todos falharam, já que o grupo é um “corpo” que não pode funcionar sem um dos seus órgãos.
Entender a Dinâmica de Grupo vai ser essencial para o cenário dos novos trabalhos, pois cada individuo tem que aprender a liderar, já que a liderança é emergencial e a cada tarefa vai estar centrada em um dos elementos do grupo. No futuro deixará de existir a chefia, pois no grupo, um dos participantes estará, em determinado momento na liderança, sendo este o chefe que, acabando sua tarefa, retorna para seu lugar no mesmo plano dos outros companheiros. Este líder pontual terá a seu cargo as decisões, que terão que ser imediatas, não podendo depender de terceiros. Esse é o momento em que a tarefa se torna individualizada e que no qual será preciso ter uma alta dose de criatividade.
Vão proliferar os consultores, porque esses são os especialistas em generalidades e por isso serão necessários dentro das empresas para dizer o óbvio, ou seja, aquilo que ninguém está vendo por estarem mergulhados nos problemas imediatos. Os consultores vão trazer para as empresas idéias criativas e diferentes para o desenvolvimento dos projetos das empresas.
Os horários serão flexíveis, até por que o que vai estar em jogo é o Grupo, e este poderá definir seus horários baseado em metas e tarefas. Os funcionários, com essa flexibilidade, ficam com um comportamento muito parecido com o do empreendedor, que não tem horário, mas quer ver seu negocio crescer e com isso dedica-se totalmente.
Teremos, nas empresas, Grupos de Trabalho que, após a tarefa, se reorganizarão para novos projetos. Aliás, tem sido essa a máxima já hoje em grandes empresas, devido a demanda por inovação. A área de telecomunicações é um exemplo disso. Vai haver necessidade de uma profunda reformulação na legislação trabalhista, porque muitos colaboradores irão trabalhar com contratos flexíveis, frente a necessidade de alta especialização dos mesmos. Um especialista em Dinâmica de Grupo é um profissional que não poderá faltar em qualquer empresa que pretenda sobreviver à concorrência num mercado altamente dinâmico, instável e evolutivo. Só poderá liderar uma equipe de alto desempenho quem tiver esta formação
Enigmas e desafios, isso é tudo que as empresas terão num futuro próximo (e isso já é visível agora).. Cada profissional terá a seu encargo vários desafios, sendo isso a essência do seu trabalho, e só quem aprendeu a desvendar enigmas poderá ser competitivo, pois para isso é necessário um tipo de pensamento que recorre a “todos os possíveis” e injeta uma grande dose de criatividade na solução dos problemas.
O ambiente do trabalho vai exigir dos funcionários um grande desenvolvimento da moral para poder lidar com um mercado totalmente globalizado, onde estarão juntos vários credos, diversidade sexual e étnica. Só um homem sem preconceitos poderá se movimentar neste caldeirão cultural. Mais uma vez o treinamento em Dinâmica de Grupo vai favorecer em muito, já que pelas técnicas usadas, todos tem que ver o ponto de vista do outro (reversibilidade). A Dinâmica vai provocar no sujeito um pensamento aberto, sem preconceitos. Devemos salientar que os preconceitos têm inicio por volta dos 4/5 anos e devem ir sendo resolvidos ao longo da interação dos indivíduos, se trabalhados para isso, em torno dos 7/8/9 anos. O sujeito deve chegar à adolescência tendo superado os preconceitos (operatório abstrato).
Uma das possibilidades positivas do trabalho em grupo é que o conhecimento obtido nessa modalidade torna-se coletivo e alinha os indivíduos às políticas da empresa. Cada membro é divulgador de seu trabalho, reforçando a marca. Deixa de existir o fluxo colaborador > chefe, porque cada membro do grupo prestará contas aos seus pares. O chefe inalcançável deixa de existir, e com isso a percepção de cada membro do grupo será a que de está gerando uma riqueza que, de várias maneiras, volta para ele.
Um novo mundo de emergentes está surgindo – e não foram poucos os emergentes que apareceram nas últimas duas décadas – e a cada nova leva são muitas as condições impostas para um relacionamento adequado e produtivo. Já vimos o momento em que houve uma corrida para aprender a falar japonês e entender a cultura nipônica. Conviver com a Índia, com sua cultura, religião, hábitos, valores, também é motivo de esforço para muitos. A China trouxe desafios especiais, tanto pela sua agressividade comercial quanto pelas oportunidades que surgem para aqueles que sabem negociar com uma cultura milenar e totalmente diversa da nossa.No entanto, embora o relacionamento dos BRICs (grupo econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China) esteja adquirindo contornos mais bem definidos, estão surgindo novos países que tem disparado na corrida econômica mundial. Indonésia, Chile, Perú e os países do bloco do Mercosul são alguns exemplos, e entre esses novos emergentes, sete são de maioria muçulmana. Preparar os jovens para a diversidade, para o convívio harmonioso entre os povos, para romper com os preconceitos é de fundamental importância para o futuro deles. Só isso irá inserir as novas gerações em um mundo tão dinâmico e interrelacionado. Modelos tradicionais não fazem isso.
Educar pela Inteligência é a solução, visto que não temos como saber o que vai se apresentar no futuro para estes jovens, que hoje são nossos alunos e filhos. Não vamos pensar em conteúdos específicos, porque não são eles que resolvem os problemas, mas sim em desafios, porque são estes que vão se apresentar na caminhada da vida daqueles que, agora, estão aprendendo a viver.
Beta
Um comentário:
Beta,
Este artigo só mostra que estamos certos em nossos desafios do dia a dia na escola rumo ao futuro com toda a pedagogia aplicada na escola.
bjs
Gisa
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