Para muitos profissionais, mudar de equipamento de trabalho pode ser muito difícil, mas para alguns, mudar o conceito de uso de equipamentos pode ser quase impossível, porque o salto do machado para a serra a laser passa a ser incompreensível, embora o resultado final seja madeira cortada.
E a grande pergunta é como resolver a questão da introdução do computador na escola. Há uma tendência a encarar isso como um enigma. Ainda não se chegou a uma conclusão sobre como utilizá-los, e no mais das vezes repete-se a questão de tentar utilizar os computadores para reproduzir aulas tradicionais, o que não gera qualquer resultado. Computadores podem ser grandes aliados dos professores, desde que utilizados como apoio ao desenvolvimento mental dos alunos, fornecedores dos dados que serão trabalhados, ferramentas de suporte a solução de problemas e desenvolvimento de projetos. Ou podem ser um instrumento de tortura para crianças e adolescentes que tenham que repetir as mesmas ações enfadonhas numa janela que dispara o usuário a um mundo fantástico, e à velocidade da luz.
Se utilizado em sua real função – armazenagem e disponibilidade integrada de informações – disponibiliza os dados que podem então ser processados pelo professor e seus alunos, economizando um tempo enorme na busca e aumentando o campo de acesso a informação. Computador, como a calculadora, não é material didático em si, e isso precisa ser entendido. Ele é equipamento, ferramenta, ou seja lá o nome que se queira dar. E isso vale também para o EAD (Ensino a Distância), que comete o pecado original no momento em que reproduz, tal e qual, uma aula tradicional num ambiente digital. Isso potencializa o péssimo em termos pedagógicos.
Lauro de Oliveira Lima disse em seu livro Mutações em educação segundo Mcluhan : “AS ESCOLAS ESFORÇAM-SE PARA SUSTAR A EVOLUÇÃO – A PRÓPRIA ESSÊNCIA DA VIDA. MAS A VIDA SE REBELA E TERMINA ENCONTRANDO MEIO DE FICAR FIEL A BIOGÊNESE, A PSICOGÊNESE E A SOCIOGÊNESE. CADA CRIANCA QUE NASCE INICIA NOVA HUMANIDADE.”
Todos que lidam com informática sabem que não e possível utilizá-la como os professores pensam. Nossos professores não chegaram nem a “galáxia de Gutenberg”, que é utilizar o livro como um instrumento, quanto mais utilizar o computador. Eles não sabem ainda para que servem essas máquinas. Ficam muito irritados com seus alunos que acham que o computador é apenas um brinquedo.
Don Tapscott disse: “A inteligência está na rede”... e os professores onde estão? As crianças/adolescentes estão nas redes de relacionamento e as usam como se não houvesse nada a aprender por ali. As escolas não sabem nem o que seus alunos fazem com estes contatos. Quanto mais utilizá-los na aprendizagem.
Precisamos com urgência dizer a nossos alunos como a internet pode ser utilizada para aprender sem torná-la tão chata quanto as escolas. A internet viabiliza a colaboração em massa e, diz Tapscott, “não vivemos na era da informação. Estamos na era da colaboração. A era da inteligência conectada”. Coitado de nossos professores, que mal sabem usar um telefone celular, quanto mais se conectarem em rede para fazer uma videoconferência, uma aula onde estes aparelhos venham a ganhar o seu papel como instrumentos de aprendizagem.
Não adianta introduzir tecnologia se não mudar a pedagogia reinante nas salas de aula. É possível ver uma sala de aula com uma lousa interativa e o professor junto a ela dando uma aula expositiva. Quem deveria estar agindo seriam os alunos. Eles usando a lousa trocando informações com seus colegas. É preciso urgentemente formar os professores para o que as crianças/adolescentes já sabem e já vivenciam. Toda a tecnologia devera ser utilizada em grupos, nada de deixar a escola continuar com sua pedagogia da individualidade. Se cada um tiver seu computador, não precisam ir à escola, podem se conectar em suas casas. Logo a escola seria o ambiente rico em interações.
A escola sempre pode usar tecnologias e nunca fez. Porque agora todos estão preocupados com o computador? O livro ainda não atingiu a todos na Escola, e o que adiantaria trocá-lo pelo “tablet”? É a mesma coisa. O que temos que mudar é a forma de “dar” aula. A Dinâmica de Grupo é muito mais revolucionária do que um computador na sala de aula. Os professores é que devem entender que não tem mais conteúdos a oferecer a seus alunos. Esta tudo disponibilizado em rede, nos bancos de dados, em portais, etc. Vamos desenvolver as crianças para que, sozinhos, eles possam buscar o conhecimento.
E urgente a revolução dentro das escolas. Acordem professores e gestores.
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