“Por que o Brasil não consegue alfabetizá-la?”, é o título da reportagem de Ângela Pinho, na Revista ÉPOCA de 22 de agosto de 2011. O título é a pergunta que não quer calar não só para Jaci Maria dos Santos, de 63 anos, que pisou pela primeira vez numa sala de aula no ano passado, mas também para os 14 milhões de brasileiros analfabetos contabilizados pelo IBGE. Sabemos que é obrigação do governo federal conseguir realizar essa façanha, mas ninguém é de fato responsabilizado pela tragédia de proporções catastróficas do analfabetismo em nosso país.
As estatísticas são alarmantes, mas a grande imprensa é muito boa em apresentar os números. Apenas para dar uma idéia sobre os fatos atuais, temos alguns estados brasileiros onde 1/5 da população é analfabeta. Só isso já dá o que pensar. Mas o que quero realmente estabelecer nesse artigo é onde os responsáveis estão errando e tratar do como fazer para alfabetizar a população brasileira.
Um dos primeiros passos é analisar as metodologias existentes. Todas funcionam? Ou quais são as que dão resultados reais? De uma forma abrangente, é possível saber que já temos hoje, no Brasil, metodologias que são capazes de tornar a alfabetização numa realidade. E o tempo? Analfabetos adultos têm pressa de concluir esse aprendizado para poderem prosseguir estudos.
A alfabetização, como de resto todos os aprendizados, é um caso de nível mental. Saber dosar o aprendizado obedecendo ao nível do aprendiz é fundamental, e não tomem isso de maneira genérica, porque existem testes para verificar em que período o aluno está, em termos de desenvolvimento mental. Quando os alunos não conseguem resolver problemas (matemática), duas questões são essenciais para resolver isso: o conhecimento do nível mental do mesmo bem como sua capacidade de leitura (alfabetização), porque quem não sabe ler, não pode saber o que está sendo pedido nas operações propostas. A proposta é que, enquanto gestores educacionais, não passemos a vida testando o sistema e identificando problemas, mas sim identificar e propor estratégias para resolver as questões que se apresentam. Numa análise rápida, podem ser encontrados vários países em que isso foi feito e as soluções surgiram.
Uma das grandes possibilidades de agir com produtividade nesse campo é a aplicação do Método Psicogenético, que proporciona velocidade na alfabetização e êxito na tarefa. Nesse método, o mundo é o “material didático”. Fotos, produtos do dia a dia, propaganda, tudo é usado para introduzir o analfabeto no mundo letrado. Usando os logotipos de empresas que aparecem na vida cotidiana de todos nós, é possível fazer essa transição.
E finalmente, na minha opinião, é necessário criar-se um “movimento nacional”, envolvendo todos as escolas através de ocupação da área ociosa. As empresas deveriam ter como meta social a alfabetização de adultos de acordo com o numero de funcionários, obtendo assim algum tipo de redução tributária por atingimento da mesma. São tantas as possibilidades que seria enfadonho elencar todas aqui, mas esse é um assunto que não se esgota, e voltaremos a ele sistematicamente. A sociedade tem que ir atrás dos que estão marginalizados pela falta da leitura, porque só assim alcançaremos, algum dia, a tal sustentabilidade num mundo em contínua transformação.
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