quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O modelo dos pais e suas implicações nos filhos

Durante muito tempo os pais foram o modelo para seus filhos. Este fato continua ocorrendo ate o período das operações concretas 6/7/8 anos.  Depois deste período surge, na pré-adolescência e adolescência a desconfiança  de que estes não sejam, realmente, um modelo. Não sabemos qual o percentual dos pais que estão preocupados em serem modelos para seus filhos ou se estão simplesmente vivendo e deixando o tempo passar.

Lendo recentemente material sobre filhos de pessoas famosas e bilionárias,  vemos padrões bem diferenciados entre os nossos bilionários  e os bilionários da América do Norte. Os nossos cuidam de seus filhos mostrando que eles têm o dinheiro e não os ensinam a cuidar de ter o seu próprio. Deixam que eles gastem sem a dimensão de que um dia esse dinheiro pode e vai acabar. Quase sempre estão  preocupados em estar na mídia,  fazendo sensacionalismo com suas gastanças. Qual será o problema? Temos vários pontos de vista. Em primeiro lugar, a nossa legislação de herança. Depois, a nossa legislação quanto a filantropia. Não temos esta cultura e os filhos acham obrigação de seus pais deixarem para eles o que foi  acumulado. O capitalismo levado ao mais alto grau. Em outros países, em que as pessoas podem dispor livremente de seu dinheiro acumulado, os filhos não ficam esperando suas heranças porque essa pode não vir e, caso venha,  pode ser bem menor do que o esperado.
Vemos que muitos bilionários, mundo afora, criam fundações e instituições de filantropia para desenvolverem projetos arrojados. No Brasil ainda não temos esta cultura. Não vemos em nosso povo a idéia de que seus filhos devem estudar e fazer sua carreira independente da fortuna de seus pais.
Os pais não transmitem a seus filhos a idéia de trabalho e cultura. Vemos as crianças recebendo mesadas sem o menor esforço e sem desempenhar nenhuma função. Será  que a família pensa que um dia eles vão aprender que ganharam dinheiro com esforço? Só se aprende fazendo. Logo, não temos que remunerar o ócio das crianças. As crianças  deve “receber” para fazer tarefas que sejam designadas para elas. Entender a troca de trabalho ou brincadeiras pela remuneração. Você poderá remunerar por um jogo, leitura, tarefa (colocar mesa, arrumar a cama, guardar os brinquedos, etc...), mas essa remuneração devera sempre estar ligada a “fazer algo”.
Não encha  seu filhos de  objetos  (brinquedos, jogos, eletrônicos) aleatoriamente: tudo deve ser uma conquista. Na vida é assim, e só quando a criança vivencia é que aprende. Sempre que ela ganhar um brinquedo, tire um que estava em uso. Ela deve aprender a doar a outras crianças que não tem oportunidade. É importante, para o desenvolvimento da moral, aprender a doar. Quando ele não faz esforço para conseguir alguma coisa,  não aprende a valorizar o que conseguiu. Quando você reclama que a criança quebra todos os seus brinquedos, sempre  esquece de observar que ela tem muitos e não valoriza  nem espera por algo que gostaria de ter. Não faça dos objetos (brinquedos) o seu afeto. Não troque com a criança. Ela faz algo e você dá um presente. Os presentes devem ter um motivo forte, sendo dado em datas determinadas. São os rituais que as crianças esperam e vão ficar felizes com a espera. Se você presenteia por tudo, o presente perde o valor. Do mesmo jeito, não castigue tirando os brinquedos, computador ou televisão. São elementos ou recursos finais para quem não conseguiu que suas ordens fossem obedecidas. As crianças devem obedecer porque a ordem veio dos pais. Ou de  autoridades (professores, tios, padrinhos, avós ). O desenvolvimento da moral caracteriza-se pela obediência de regras. É o longo período da heteronomia (regras vem de fora),  sendo que só pelos 10/11/12 anos, as crianças  vão começar a discutir e tentar modificar as regras, mas nunca ficar sem regras.
Se você deseja ser um modelo para seus filhos, examine rigorosamente seus comportamentos para que depois não fique perguntando: “onde foi que eu errei ???”.

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