É uma história já hoje antiga, mas a discussão que surgiu em torno da guarda das crianças vem mudando, porque o contexto geral está mudando também e as situações são muito diferentes daquelas dos primeiros tempos, quando separações tornaram-se mais frequentes.
Por exemplo, a guarda compartilhada - que sempre foi o modelo mais mais aceito - passou a ser refutada em diversos casos. Nesse tipo de acordo, os filhos ficavam com as mães, tendo os pais o direito de visita - normalmente quinzenal. Hoje, com a presença maciça das mulheres no mercado de trabalho, atuando nas mais variadas áreas, a coisa ficou mais complicada. Não temos a figura da cuidadora do lar, mas sim de uma mulher com múltiplas funções, inclusive a original, que deu margem aos acordos de outrora.
Assim, hoje, todos os fatores que envolvem o assunto devem ser discutidos de maneira muito completa, porque todos são primordiais para o bem estar das crianças que passam por esse processo na fase mais delicada de suas formações. Pensão, guarda, moradia, visitas, férias, visitas, escola, viagens … tudo é passível de discussão de acordo para se tentar chegar ao melhor para elas.
Mesmo não conseguindo conversar sobre suas relações, é muito importante que os pais tenham um diálogo maduro sobre o destino de seus filhos, porque as crianças não tem nada a ver com as desavenças pessoais de seus pais, que via de regra prejudicam a todos nos processos judiciais e na decisão final.
Compartilhar a guarda é muito importante, mas deve ser uma decisão lastrada em regras muito firmes e organizadas, para que as crianças tenham, realmente, duas casas onde tudo acontece dentro da normalidade. Em ambas as moradias, as crianças devem ter o espaço próprio, brinquedos, local para dormir tranquilamente e infraestrutura para cuidados essenciais. Ambientes totalmente diferentes, para a mesma criança, pode ser extremamente danoso, e principalmente o foco nesse arranjo tem que ser a criança, em ambas as casas, e não um reflexo do poder aquisitivo dos pais.
Crianças são seres altamente vulneráveis, e quando há um clima de incompatibilidade e conflito entre os pais, seria melhor que ambos fossem avaliados por profissionais para que seja avaliada a possibilidade de as crianças serem cuidadas em duas casas. Crianças não podem e não devem ficar à mercê das vontades dos adultos, caso contrário ficam inseguras, esperando o que vai ser decidido de suas vidas. Além disso, os pais tem que ter a noção clara de que as crianças amam os dois, e não tem condições de decidir com quem vão ficar - como tantas vezes é imposto a elas. E acreditem: mesmo os adolescentes vão sofrer muito se tiverem que optar.
Como disse acima, pais separados não são novidade em nossa sociedade, mas crianças equilibradas depois da separação estão sendo um caso raro. Conflitos, vaidades, jogos de poder e ódios latentes não podem ser superiores ao bem estar das crianças. Resolvam tudo pensando nelas, caso contrário as consequências serão muito ruins ao longo do tempo. E para o resto de suas vidas.
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