terça-feira, 10 de maio de 2011

As guerras e a Infância

As guerras não são excludentes e infelizmente os setores sociais mais vulneráveis acabam sendo os protagonistas e vítimas de esses atos em contra da paz e a humanidade. de10.com.mx
Desafortunadamente, os pequenos são os que sofrem as mais graves consequências que um conflito bélico acarreta.
O site redcross.int destaca que segundo um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) “a violência física, sexual e emocional à que estão expostas as crianças destrói seu mundo”.
As cifras sobre este tema são alarmantes. Segundo derechosinfancia.org.mx, nos últimos 10 anos, mais de um milhão e meio de crianças perdeu a vida como consequência dos conflitos bélicos, um pouco mais de quatro milhões ficaram com alguma deficiência, mais de cinco milhões estão órfãos e outros 12 milhões tiveram que abandonar seus lares. Em 2006, mais de 250 mil menores de idade portavam armas em 30 países diferentes.
Dezenas de enfrentamentos bélicos foram registrados durante o último século. Poderá haver infinidade de modificações, mas sem dúvida, o sentimento dos menores em relação a esses conflitos continua sendo o mesmo: temor e repúdio.
Em De10.mx apresentam 10 desenhos realizados por pequenos inocentes que viveram em diferentes épocas e que através das cores e traços, demonstraram seus sentimentos e a percepção das guerras.
A Guerra Civil Espanhola foi um conflito político-social que se desencadeou neste país do antigo continente. Depois que o golpe de estado perpetrado em julho de 1936 fracassara, realizou-se uma segunda tentativa para derrocar o governo republicano que mandava nessa época.
Como disse ugt.es, as crianças foram as principais afetadas, porque viram como seus lares ficaram destruídos de um dia para outro, já que seus pais tinham que se alistar no exército ou fugir.
Sua inocência impedia que pudessem compreender o que estava acontecendo naquele momento, ou porquê deviam abandonar sua casa para ir para outros lugares mais seguros. Más de 32 mil menores abandonaram Espanha e muitos, desde os refúgios ou no exílio, estamparam numa folha de papel o que sentiram naquele momento.
Como o desta adolescente chamada Mercedes Comellas Ricart, que aos 13 anos, expressou desta forma o momento que viveu quando subiu no trem que a levaria para um refúgio.


Los Quakers realizaram ações humanitárias, prestando serviços a favor da proteção da infância. Recolheram mais de mil desenhos que posteriormente, foram expostos nas galerias de Nova York.
O desenho do menino Félix Sánchez del Amo é tal vez, um dos mais impactantes. Deu-lhe o título de “Guerra” e com linhas simples e duas cores disse tudo.


O Holocausto tirou a vida de milhões e milhões de pessoas. 1.yadvashem.org destaca que mais de um milhão e meio de crianças faleceram durante este período.
Terezín foi um campo de concentração localizado em Praga. Mais de 15 mil crianças e adolescentes estiveram aí. Friedl Dicker Brandeis, uma das internas, ensinou-lhes pintura com fins terapêuticos. Guardou cerca de 4 mil 500 desenhos, os mesmos que hoje são prova fidedigna do verdade do fato.
Uma adolescente de 16 anos, Ella Lieberman foi uma das mais entusiastas em retratar por meio de um lápis todo o que acontecia no gueto. Aqui uma cena da entrega da comida.


Yehuda Bacon é um artista israelense que precisamente passou por este campo de concentração. Aos 16 anos pintou este retrato, dias depois de que seu pai falecera numa câmara de gás e fosse cremado em Auschwitz.
Na imagem se aprecia como o rosto do seu progenitor pode ser visto entre a fumaça e as cinzas que emanam da chaminé de um desses crematórios.


A Frente Revolucionária Unida (RUF) foi um movimento armado organizado por rebeldes de Sierra Leona, que derivou numa guerra civil que durou onze anos. Os dirigentes do movimento recrutaram mais de 14 mil crianças, que foram utilizadas para realizar ações de combate.
O seguinte desenho é impactante. Nele um adolescente de 12 anos retrata perfeitamente como aprendeu a utilizar um fuzil y como foi obrigado a matar um policial e a degolar outro homem. Uma experiência que assegura, jamais poderá esquecer.

O conflito palestino-israelense parece um conto sem fim. São dezenas de gerações de crianças que têm vivido nesses territórios longe da paz, tendo contato exclusivamente com armas e sangue. Como claro no seguinte desenho.


Ou neste outro de um adolescente de 16 anos, Oren Tal, quem demonstra como os pequenos sofrem e pede o cessar fogo.




Mor Rozenblum. 13 anos, de Givataim. O desenho de Mor mostra um israelense e um palestino, explica que não se lembra de como é a bandeira palestina, saudando um ao outro em sinal de paz.
Mas cada um teme que o outro prefira a guerra ou continue a vê-lo como inimigo, como fica claro na expressão de seus pensamentos.



Do conflito de Afeganistão, nem de fala. Segundo  elespectador.com, duas crianças morrem por dia nesta batalha. Dados da UNICEF comprovam que a maioria sofre traumas psicológicos como consequência do conflito, já que um 99 por cento presenciou atos violentos e um 65 por cento perdeu um familiar próximo.
As crianças não mentem e este é seu pensar e sentir sobre a vida que levam sob a sombra da guerra.




Fonte: de10.com.mx

Um comentário:

Prô Sônia Lacerda disse...

A importancia do desenho, da linguagem ilustrada, carregada de referências e sensibilidade é uma possibilidade riquíssima e transformadora de revelação.
Prô Sônia Lacerda