domingo, 16 de maio de 2010

COMO DAR ORDENS


AS ORDENS DEVEM SER SEMPRE POSITIVAS
A entonação é importante – deve ser sincera, sem sarcasmo ou ironia.
A forma de falar é muito importante, pois uma forma agressiva pode tirar toda a intenção (você está se referindo a intensidade da voz ou a intenção da pessoa que fala?) e diretividade da ordem a ser obedecida, ficando apenas a afetividade. A criança pode não obedecer, por medo não ter entendido o que está sendo pedido.

Ao invés de dizer: “não quero que você fique no computador”, diga: "vamos ler um livro, ver um filme, um desenho que separei para nós?", ou "está na hora de dormir".

As ordens não devem ser dadas aos gritos.
- Os gritos, para uma criança, podem não parecer uma ordem já que é o tipo de comunicação que ela costuma utilizar. Ela pode não compreender qual é o objetivo especifico da regra.

p. ex. não vai comer isso!!! Ou Quero que você vista esta roupa etc...

diga: você já comeu muito brigadeiro, arroz etc, vamos provar outra coisa. Ou – hoje está frio ou quente – vista esta roupa que você vai sentir-se muito bem e com conforto.

Dê sempre a ordem direta – evite ao máximo o “não”.
- O não vindo no início da afirmação, pode significar o contrário da pretensão de quem esta dando a ordem. Use sempre a forma afirmativa é bem mais simples para a compreensão da criança.

Por ex. não pode comer a sobremesa antes do almoço.

Diga: vamos almoçar e depois comer a sobremesa

A ordem não pode servir como luta de poder.
Se você usar as ordens para se impor, vai estar sempre sob estresse, pois as crianças tem muito mais fôlego para agüentar uma disputa emocional. Você adulto já é muito poderoso, grande, forte, dono do poder. Deixe que a criança exprima suas vontades e desejos, você deve ser um guia para melhores soluções. Nem sempre o que o adulto quer é o melhor para a criança; analise com isenção cada situação que se apresente.

p. ex. não use: quero que faça, eu mando quero que obedeça, vai fazer porque estou mandando. São expressões de poder – não as use.

Diga: que tal brincar de.... ou mamãe ou papai vão ajudar você a guardar seus objetos no quarto. Vamos ver do almoço o que mais você gosta?

Excesso de ordens limitam os filhos.
- Se você dá muitas ordens, seus filhos podem até obedecer, mas vão parecer robôs. Crie algumas ordens essenciais para que o grupo familiar funcione e deixe que as crianças estabeleçam as variações. Quando fixamos muitas ordens geramos confusão nas crianças e elas não vão saber quais as que realmente devem ser seguidas. Cuidado para não dar 2 ou 3 ordens ao mesmo tempo.

p. ex. vá tomar banho, depois jantar e logo após dormir pois já está tarde.

Diga: "está na hora do seu banho para você poder jantar tranquilamente". Após a criança ter jantado - "está na hora de dormir" (NÃO PRECISA FAZER REFERÊNCIA AO TEMPO – "ESTÁ TARDE," POIS ELAS TEM POUCO ENTENDIMENTO SOBRE A TEMPORALIDADE). Quando usamos as palavras, isso não quer dizer que a criança entenda o tempo.

As ordens dadas podem e devem ser explicadas.
- Explicar a ordem dada mostra seu respeito pela criança. A explicação não quer dizer que ela vai decidir se a obedece ou não, mas sim porque deve fazê-lo.

p.ex. Mamãe ou papai não podem comprar o brinquedo que você quer porque ainda não chegou seu aniversário, Natal ou qualquer data comemorativa. Não dê explicações financeiras, porque ela não entende e acha que o cheque, cartão de crédito ou outra forma qualquer pode ser utilizada para satisfazer seu desejo. Seja firme e explique com afeto que temos limites.

Nunca dê uma contra-ordem (a criança vai pensar que tem segunda instância).
- Elas geram uma grande confusão, as crianças ficam querendo saber de quem vem a ordem, quem realmente manda, alguém pode mudar a regra? Devo obedecer ou esperar pela mudança? Vale a primeira ou a contra-ordem?

p.ex. Você vai entrar no mar. Está bem pode ir no mar só um pouquinho.

Você acha que deixando pouco amenizou a ordem. Não. Você deu uma contra-ordem que vai confundir a criança e a cada nova ordem sua ela vai esperar pela mudança.

Use um vocabulário conhecido pela criança.
Lembre que a criança não é um adulto, logo seu vocabulário é limitado ainda. O que ela não conhece ela não entende. Ouve o som e o tom da voz adulta falando, conclui que alguém está com raiva, alegre ou está deixando fazer o que ela quer.

p. ex. você quer ficar de castigo? Você não compreende que papai está cansado? Parece simples mais são negações que a criança vai demorar muitos anos para entender. O uso de conjunções por ex. dificulta a compreensão. Não use diminutivos achando que as crianças porque são pequenas só entendem assim. Também não crie um vocabulário paralelo as crianças querem aprender o código lingüístico de seu grupo social. Os pais ou adultos podem falar outros idiomas com as crianças pois elas tem capacidade de falar várias línguas ao mesmo tempo. Quando os pais são bilíngües elas podem também ser com muita facilidade. Só tenham o cuidado de não utilizarem estes idiomas só para discutir ou brigar, pois a criança os ligará ao desconforto emocional.

Converse com a criança sobre as ações que ela realizou.
Tenha como hábito fazer sempre uma tomada de consciência sobre as ações realizadas pelas crianças. Ela deverá saber como realizou as ações.

p.ex. Como você comeu? Tenha cuidado para não ser um inquérito – o que comeu? Quanto comeu? Etc... Pergunte – Gostou do seu banho? Afirme – Você ficou perfumado. Crie o saudável hábito de conversar desde cedo com a criança, normalmente os pais acham que só na adolescência o jovem sente essa necessidade. Entenda que ele tem que aprender a conversar com seus pais e isto deve se iniciar desde a mais tenra idade. Mesmo que ele não consiga ter o diálogo, deixe ele falar. O diálogo só se inicia por volta dos 9/10 anos, mais ou menos.

Quando estiver muito cansado não desconte na criança.
Quando o adulto está cansado acha que a criança deve compreender, só que não significa a mesma coisa para ela. A criança sempre que está acometida pelo cansaço, simplesmente descansa, dorme etc o que não é costumeiro acontecer com os adultos que chegam ao estresse. Neste caso diga com tranquilidade a criança que você precisa descansar. Como a criança quer estar sempre em atividade esteja sempre preparado para propor uma brincadeira na que você seja dispensável. As crianças podem e devem brincar também sozinhas. O pensamento simbólico requer esta individualidade como também o abstrato.

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