domingo, 15 de agosto de 2010
Plano de Educação para o Brasil
Mesmo aqui de Miami, a preocupação com as ações políticas no Brasil estão presentes. Isso porque teremos uma renovação do quadro político (ou não) e seria muito interessante que os ocupantes dos cargos executivos ou legislativos tivessem uma idéia mais precisa sobre o que fazer para tornar mais dinâmica e justa a nossa Educação. Por isso, fiz um apanhado do que o Professor Lauro de Oliveira Lima preconizou em seu livro "O Impasse na Educação", na forma de sugestões efetivas para a Educação em nosso país e atualizei algumas áreas de forma a adequa-las ao momento atual que estamos vivendo. Vão aqui as sugestões, e espero que possam ser utilizadas pelos candidatos em campanha, como plataforma política, para que mais e mais pessoas possam ser beneficiadas.
Para um PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
1. Considerando que estamos caminhando numa velocidade nunca antes vista na história da humanidade, com profissões desaparecendo em velocidades cada vez maiores, substituídas por outras que nunca foram cogitadas, apenas a Inteligência e seus derivativos serão capazes de atender às demandas previstas ou não para os próximos anos de nossa sociedade, tornando-a competitiva, inovadora, dinâmica e evolutiva;
2. Todo gasto em Educação deve ser considerado como Investimento, e não como despesa. Se a base de todo o nosso futuro depende de Educação, não há como postergar esse investimento altamente produtivo e de maior relação custo x benefício;
3. Buscamos a democratização da educação - educação permanente – extensão progressiva da escolaridade, para assumir um processo de contínua integração participativa. Ninguém mais pode parar de estudar, e é preciso dar acesso a todos os níveis de ensino, progressivamente.
4. É de fundamental importância praticarmos a globalização da cultura brasileira e a superação do regionalismo. Fomentar a Integração do país é questão de sobrevivência;
5. O entrosamento do sistema de produção com o sistema escolar, não só é a forma mais barata como também a mais eficiente de produzir um salto tecnológico;
6. Enquanto o sistema escolar não puder atender a todos, deverão os professores fazer uma triagem para, dentro do sistema, atender com qualidade àqueles que se destacarem;
7. Os sistemas paralelos de ensino devem ser incorporados ao sistema oficial de ensino.
8. Reciclar todas as nossas gerências (empresariais e do serviço publico) para engajar-se no esforço de modernização e pesquisa.
9. Devemos adotar a mística da Aceleração de todos os Processos Didáticos onde a principal fonte de recursos serão os meios de comunicação. Devemos criar nossos próprios métodos e não comprar sucatas de outros países considerados desenvolvidos.
10. A principal massa de manobra visando um esforço educacional para o desenvolvimento seria a própria juventude escolarizada, cuja capacidade ociosa clama por um engajamento a partir de um planejamento estatal. O custo seria muito baixo e aprendizagem social e política da juventude seria o principal ganho. O jovem é o principal atingido pelo processo de seleção para o primeiro emprego e ressente-se da falta de formação adequada nesse momento crucial de sua vida.
11. A Educação deveria agora tornar-se um SERVIÇO PÚBLICO . Está na hora do Poder Público assumir suas responsabilidades. A suposta ineficiência do Serviço Publico não decorre de sua natureza, mas do empirismo do planejamento e da falta de métodos racionais de organização. É preciso racionalizar o sistema.
12. A diplomação deve ser substituída pelo acesso progressivo a todos os graus de realização e de pesquisa cientifica. Em vez de produzir a seleção na base (Vestibulares,etc...) fazê-la ao longo da escolaridade e cada vez mais rigorosa a medida que chegar a cúpula.
13. Ao lado da escola deve ser dada assistência econômica que neutralize o “handicap” produzido pela miséria (fome e doenças endêmicas). Os filhos dos marginalizados não tem as mesmas oportunidades mesmo tendo vagas nas escolas. Precisa ser resolvido o problema econômico.
14. Os brasileiros poderão criar um “know how” próprio a partir de investimentos maciços em educação. Esta política fará o pais transpor, com alguma rapidez, os longos espaços percorridos pelos atuais países desenvolvidos. Parte ponderável do investimento deverá ser feito para levar nossa juventude aos centros internacionais mais avançados de elaboração cientifica e tecnológica.
15. A direção Colegiada, baseada na permanente avaliação da participação de cada membro, tem a vantagem de auto-avaliar o grupo sem promover hostilidade e concorrência. Um processo integrador baseado na liderança emergente. Um processo de emulação entre professores, alunos e administradores levará o sistema escolar a um contínuo esforço da auto-superação.
16. A mão-de-obra feminina deverá ser recrutada sobretudo para as tarefas de educação (serviço militar feminino). Incentivar a igualdade de responsabilidades do homem e da mulher.
17. A Educação Popular (em todos os níveis), a partir da educação de base, é a tarefa prioritária, acima mesmo do esforço relativo ao sistema escolar. Fazer a integração dos dois brasis. Todos os recursos existentes no Pais deverão ser postos a serviço desta tarefa urgentíssima.
18. Toda a população deverá ser envolvida numa campanha gigantesca de âmbito nacional para recuperação dos “marginais” (analfabetos). Na base das prefeituras, paróquias eclesiásticas, mediante voluntariado (dos estudantes e das famílias) minimizando ponderavelmente o investimento necessário.
19. O sistema escolar deve ser comunitário, isto é, estar conectado com as atividades das populações adultas, dando-se integral utilização aos prédios escolares (escolas integradas). As escolas seriam as casas do povo.
20. A educação deve ser centrada no pólo da transitividade e da mudança social, estimulando-se o espírito critico e a criatividade, de modo que o esforço educativo coincida com o esforço econômico do desenvolvimento. A escola seriam um ponto de partida para a solução dos problemas locais.
Planos baseados na obra:
“O Impasse na Educação” : Lauro de Oliveira Limas.
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