Jean Piaget definia-se como biólogo (“meu objetivo é encontrar uma explicação biológica para o conhecimento”) e como epistemólogo (criou uma nova ciência: Epistemologia Genética).
Piaget nunca obteve um grau universitário em psicologia. Suas investigações, contudo, são relativas aos profundos problemas lógicos e psicológicos. Deu-se conta que a maioria dos problemas filosóficos eram problemas de conhecimento e que a maioria destes, por sua vez, correspondia a problemas de Biologia. Há cerca de 70 anos, decidiu que o seu principal interesse era a epistemologia – o estudo da natureza e das condições do conhecimento. Formou e dirigiu o Centro Internacional de Epistemologia Genética, com um grupo de colaboradores altamente treinados em psicologia, linguagem e matemática.
Piaget viu o problema do conhecimento como problema entre sujeito e objeto – e isso, em termos biológicos, era um problema do organismo adaptando-se ao meio ambiente.
Na década de 20, quando estava trabalhando para padronizar um teste de raciocínio aplicável as crianças de Paris, tornou-se interessado em suas respostas erradas e no raciocínio que estava por trás disso. Descobriu que as crianças eram incapazes de captar certos conceitos, tais como o da conservação de matéria e de peso, conforme a sua idade. Fazia a experiência de mostrar a uma criança dois copos, igualmente cheios, e de despejar depois o conteúdo de um deles num recipiente fino e longo e do outro numa tigela larga. Quando perguntava qual o recipiente que continha mais, a criança apontava para um dos dois, não percebendo que na realidade ambos os recipientes continham a mesma quantidade de água.
“Ninguém tinha jamais perguntado isso as crianças, porque parece tão obvio”, diz Piaget.
Varias vezes afirmou que não era um educador, embora suspeitasse que suas descobertas científicas provavelmente iriam ter profunda influência na educação. Resumiu suas idéias sobre educação num libreto altamente estimulante denominado “Para onde vai a Educação?”. Apesar destes precedentes, Jean Piaget tornou-se o grande revolucionário do processo escolar. Suas descobertas dos “estádios do desenvolvimento mental”, ocorrida em 1929, provoca uma radical reelaboração dos programas e currículos escolares. Não se deveria propor nenhum conhecimento às crianças sem profundo conhecimento destes níveis (só se ensina aquilo que a criança está apta a aprender). Do ponto de vista do acesso ao conhecimento, Jean Piaget analisou a “psicogênese das explicações cientificas”’ obrigando os educadores a hierarquizarem as propostas didáticas.
Analisando os mecanismos do desenvolvimento mental, Piaget demonstrou que a “majorância” (aumento do conhecimento) é um processo de acomodação da conduta (sensório-motora, verbal e mental) às dificuldades encontradas na solução dos problemas (Piaget dá uma grande importância a dinâmica de grupo: “a discussão é uma reflexão em voz alta, como a reflexão e uma discussão em voz baixa”).
Como se vê, sem ter essa pretensão, Piaget tornou-se um estimulador de uma revolução copernicana na Educação. Então podemos dizer que uma escola moderna tem que estar baseada nas teorias Piagetianas, pois elas nos oferecem subsídios para um trabalho finalmente cientifico em educação.
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